A dança do ventre também funciona como uma terapia mental, pois ao entrar em contato com o seu corpo, a partir de manifestações da expressão corporal, há um desbloqueio psicológico, despertando a autoestima. Para muitos de seus defensores, os benefícios para a mente chegam a representar uma forma de terapia, melhorando o nível de conforto de quem gosta de praticá-la regularmente. Dançar, de modo geral, traz um diferencial frente a outras atividades físicas, pois permite a criação e a expressão artística, a expressão corporal e uma melhor compreensão de suas necessidades físicas e de seus atributos. Ao investigar o movimento, a pessoa torna-se mais sensível ao corpo, passando a entender que ela não tem um corpo, mas ela é o seu corpo. Mais especificamente sobre a dança do ventre, essa interação com o corpo desce a níveis ainda mais profundos, pois além de estimular a devida atenção para cada uma de suas partes, o faz explorando e resgatando a feminilidade da mulher. O que é algo muito significativo e marcante. Essa experiência, ainda que única para cada pessoa e ocorrendo aos poucos, ao seu tempo, sempre leva a autodescoberta. Entendendo o seu corpo, a pessoa passa a se entender melhor também.

Desbloqueios. Provoca o desbloqueio físico, psicológico e mental que induz a geração de mudanças de atitudes, fazendo a pessoa a se sentir mais segura sobre a vida. A dança do ventre favorece um estado mental que é compensador por si só. É um caminho na direção de nos libertarmos e nos tornarmos não só mais saudáveis como, também, mulheres plenas e livres para experimentar as possibilidades que a vida oferece. Não é exagero dizer que a dança do ventre é uma atividade de desenvolvimento pessoal para muitas de suas praticantes.

Autoconfiança. Ajuda a restaurar a autoconfiança e superar velhos medos. Ao longo da vida, podemos construir percepções negativas sobre nós ou nosso corpo, gerando complexos e inseguranças. Esta dança ajuda a desnudar nossos comportamentos, de maneira simples e natural.

Não é uma dança que busca mulheres de corpo perfeito e vida tranquila, pelo contrário, executar os famosos movimentos com os quadris trabalha a autoestima feminina, faz a mulher se aceitar, redescobrindo a si mesma e acalmando a mente agitada dos dias de hoje. Esse equilíbrio ajuda a encontrar o foco de onde melhorar, vencendo a inércia e trazendo motivação no dia a dia. Quem pratica a dança do ventre garante que ela trabalha a sensualidade da mulher, mas sem apelações. As mulheres começam a se ver diferente, se redescobrem, ficam mais seguras e fazem vivem seu dia a dia com mais prazer.

Expressão das emoções. Trabalha-se com os estados de humor como tristeza, alegria, doçura, dor e paixão, que refletem no corpo. É uma dança que é capaz de traduzir o que acontece no interior da bailarina, encontrando nesta forma de manifestação um grande alívio, tranquilidade e harmonia. Podendo extravasar de maneira contida e trabalhada o fluxo de energia que vem do coração, que é onde tudo acontece. Expressar emoções em forma de movimentos é na verdade o próprio significado de dançar. Uma dançarina não dança com música ou é acompanhada por música, ela dança a música! Ela sente a música e a traduz de maneira visual, expressando os sons por meio de movimentos.

Ela ajuda a melhorar a comunicação. Dançar com os outros, seja em danças coletivas ou apenas compartilhando com mais pessoas um espaço onde usamos essa linguagem corporal, nos faz desinibir e criar relações muito diferentes daquelas criadas fora desse ambiente.

Estimula a criatividade. É uma dança que valoriza a capacidade de improvisar, permite a livre criação do intérprete, a expressão de sentimentos, sendo um meio para "contar uma história". É uma dança que valoriza a espontaneidade, o que nem sempre é verdade em todas as danças, e muito menos na vida social.

Contrastando com o cenário frio e individualista das cidades hoje em dia, na dança do ventre as aulas são inclusivas e acolhedoras, favorecendo novas amizades. Ao contrário das academias de ginástica e musculação, onde é comum vermos pessoas focadas na série e interagindo muito pouco com o ambiente ou com os demais no local, na dança do ventre você não tem rotina e estabelece uma interação mais intensa com as pessoas, sendo uma excelente atividade social. Os fortes laços sociais e o convívio com as amigas contribuem para elevar a autoestima e trazem uma perspectiva positiva sobre a vida. Dentro desse microambiente ocorrem vários reforços positivos imediatos entre as mulheres, onde elas se fortalecem mutuamente!

A dança, como qualquer atividade física, libera endorfina, substância relacionada ao prazer. Ninguém dança de cara fechada e, normalmente, termina a atividade mais alegre do que quando começou. É um exercício que interliga mente e corpo, reduz o estresse e a tensão, gerando uma sensação de bem-estar. A endorfina é uma substância natural produzida pelo cérebro durante e depois de uma atividade física que regula a emoção e a percepção da dor, ajudando a relaxar e gerando bem-estar e prazer. É considerada um analgésico natural, reduzindo o estresse e a ansiedade, induzindo uma sensação de felicidade e aliviando as tensões. Porém, não é apenas a atividade física em si que libera esse hormônio. Descobertas recentes mostram que o sentimento de unidade de grupo também ajuda na manutenção dos níveis de endorfina e é aqui que a dança leva vantagem sobre atividades individuais.

Mas os benefícios não param por aí. São gerados também serotonina, oxitocina e dopamina, que junto com a endorfina, são conhecidos como os hormônios da felicidade. A serotonina flui quando você se sente importante, que, como já comentado acima, é um dos principais efeitos da dança do ventre nas mulheres. A lembrança dos bons momentos que passou e a perspectiva de repeti-los também ajudam com doses extras desse hormônio. A dopamina é relacionada ao prazer e ao sentimento de realização. Na dança do ventre, não importa seu nível, a evolução de dá passo-a-passo, sendo recompensadora cada pequena conquista. Já a oxitocina, conhecida como o "hormônio dos vínculos emocionais" e "hormônio do abraço" vem do próprio contato entre as amigas nas aulas e durante a dança.

Vale destacar que o que ocorre na verdade é uma complexa espiral ascendente de pequenas recompensas que fazem a pessoas se sentir bem. Quanto mais ela dança e interage, mais ele quer dançar!