A História da Dança do Ventre

Vídeos relacionados com a história da dança do ventre

O primeiro vídeo de dança do ventre da história - Little Egypt - Fatima Djamile

Este é o filme original de Thomas Edison (censurado aos 0:32), mostrando os quadris mais escandalosos do século XIX. A faixa de censura foi uma concessão para garantir a rentabilidade e evitar a recusa da distribuição por parte dos proprietários do estúdio Kinetoscope, temerosos das repercussões por parte dos moralistas da época. Historiadores consideram que este foi o primeiro filme ser censurando.

Dança “Couchee-Couchee” de Fátima, também conhecida como “dança do músculo”.

Thomas A. Edison / Black Maria Studio 1896 (Kinetographic Theater)

Diretor: James H. White

Câmera: William Heise

Latcho Drom

Trecho do filme Latcho Drom rodado no Egito

Apesar da origem controversa, é consenso (ou quase) que a primeira dispersão do protótipo do estilo que daria origem à dança oriental árabe foi feita pelos ciganos. Saindo do norte da índia, esse povo foi semeando seu estivo musical por onde passava, misturando-se com os estilos locais e lançando as bases de muitas modalidades de danças que conhecemos hoje, com especial destaque ao flamenco e à dança do ventre.

Nesse trecho do filme, é mostrada a dança oriental árabe em seu estado bruto, cru, natural, despido da ocidentalização. A música e dança se agigantam, ganhando um significado muito maior dentro do seu contexto original. Dizem que o observador altera tudo aquilo que observa pelo simples fato de observar, o que provavelmente é verdade. Porém, as cenas que vemos, é o mais próximo que podemos chegar daquilo que um dia foi a “dança do ventre”.

Sobre o filme Latcho Drom

Latcho Drom (viagem segura) é um documentário francês de 1993, dirigido e escrito por Tony Gatlif. O filme é sobre a jornada dos povos Romani, do noroeste da Índia até a Espanha, consistindo principalmente de música. O filme, exibido na seção “Un Certain Regard” no Festival de Cannes de 1993, descreve as migrações, canções e danças dos grupos Romani da Índia, Egito, Turquia, Romênia, Hungria, Eslováquia, França e Espanha. Algumas passagens são encenadas, porém não há diálogo nem narração.

O filme ilustra a variedade de condições em que vive o povo cigano, nômades nos desertos quentes da Ásia, ferreiros pobres e moradores de árvores nas planícies congeladas da Europa Oriental, artesãos e comerciantes na região costeira e colinas da África do Norte e Europa Ocidental. Ele também ilustra as semelhanças nos hábitos de viagem, nas melodias e temas musicais.

A jornada se passa ao longo de um ano, passando iniciando pelo verão, pelo outono e inverno e terminando na primavera. Gatlif mantém sua câmera no essencial e elementar da vida: água, a roda, fogo, animais de carga e de sustento, roupas coloridas, joias, instrumentos musicais, música e dança. Por toda parte, através de música e dança, jovens e velhos celebram, encarnam e ensinam os valores culturais da família, da viagem, do amor, da separação e da perseguição.

O filme inclui músicas do grupo romani, Taraf de Haïdouks, Tchavolo e Dorado Schmitt, entre outros, originários da Romênia.

Tony Gatlif (nascido como Michel Dahmani em 10 de setembro de 1948 em Argel, Argélia) é um diretor de cinema francês de etnia romani que também trabalha como roteirista, compositor, ator e produtor.

Conheça um pouco da dança folclórica de alguns países árabes

A dança do ventre tal como a dançamos no ocidente é o resultado de uma complexa mistura das contribuições de várias regiões e povos ao longo do tempo. O que vemos nos vídeo é apenas um simples e pequeno exemplo da dança tradicional de cada país, não representando de forma alguma a totalidade ou complexidade das expressões culturais daquela nação.

AVISO: As imagens não são de boa qualidade. O fluxo/ritmo dos vídeos também é lento, difuso, focando em detalhes que geralmente não o fazemos. Isso é uma constante na maioria dos vídeos antigos dos países do oriente médio. Longe de querer fazer juízo de valor, apenas queremos apontar essas nuances.

SUGESTÃO: Assista o vídeo com calma e paciência, prestando atenção nos detalhes, exercendo o sentimento de gratidão por alguém ter gravado essas imagens e nos disponibilizado, nos permitindo entrar em contato com uma cultura tão distante e diferente da nossa.

EXPLICAÇÃO: Tentamos encontrar vídeos bem antigos, pois quanto mais antigo, mais puro, com menor influencia ocidental. Infelizmente, com a facilidade de acesso à informação, fluxo de pessoas e etc, danças tradicionais vão incorporando elementos externos. Bem, talvez isso tenha sido sempre assim ao longo do tempo...

Também tentamos evitar danças tradicionais orientais executadas por ocidentais, por exemplo: dança tradicional curda executada no Canadá. Porém, trabalhos de universidades foram usados como referencia para termos ideia do visual da dança.

A seleção dos vídeos seguiu a seguinte priorização:

1 - gravação local amadora antiga

2 - gravação local profissional antiga

3 - gravação local amadora atual

4 - gravação local profissional atual

5 - estrangeiros representando danças orientais

PEDIDO DE AJUDA: Nos ajude enviando comentários, fazendo correções, dando dicas, enviando links com mais informações e etc. Creio que trabalhando juntas podemos ir mais longe.

História da Dança do Ventre - Uzbequistão.

DESCRIÇÃO:

No primeiro vídeo vemos a dança "Rohat", interpretada por Carolyn Krueger. "Rohat" é uma dança bem conhecida no estilo Ferghana, que pertencente ao repertório do "Artistas do Povo do Uzbequistão", de Mukarram Turganbaeva, fundador do original "Bahor Ensemble" em Tashkent (capital do país). A apresentação é de 2003.

O segundo vídeo é uma coletânea de vários vídeos curtos que foi criada em 1970 por "Eastern Arts" como parte de um documentário e nos foi apresentada por Dr Miller, mostrando danças tradicionais uzbeques, Khwarizmi, Bokhari, etc.

De maneira geral podemos observar muitos movimentos mãos, braços e ondulações. Não há nada de quadril. Chama a atenção a leveza da dança e também o caráter interpretativo.

História da Dança do Ventre - Tunísia

DESCRIÇÃO:

Predomínio de movimentos de quadris acelerados nos 3 vídeos. No primeiro vídeo vemos uma coreografia com a dança do jarro. Zahra Zuhair numa uma versão moderna do popular do Sidi Mansour, uma canção popular tunisiana antiga. A dança é moderna, porém baseada em dança tradicional da Tunísia. O título "Tunisiano Clássico" é como ele é intitulado na mostra em DVD de Adão Basma. Este é um clipe do seu show. O segundo vídeo é uma gravação feita por um turista durante uma apresentação de folclore. Nele podemos ver variantes da dança do jarro e danças circulares com roupas tradicionais. No ultimo vemos uma apresentação solo de improviso com banda onde podemos notar vários elementos que são comuns da dança no ocidente. Como é uma gravação de 2010 em um palco de hotel, fica a dúvida se já não há aqui o efeito da ocidentalização.

História da Dança do Ventre - Marrocos

DESCRIÇÃO:

É fascinante ver o domínio dos movimentos dos quadris, entre "redondos" e "shimmies", o isolamento dos movimentos é muito evidente. Repare que enquanto caminham lentamente, os quadris movimentam-se e maneira muito mais acelerada e intensa, enquanto o troco permanece parado. No último vídeo vemos ainda intensos giros de cabeça, com ênfase dada aos cabelos, num ritmo que parece levar ao transe. Ainda que sejam 3 vídeos distintos, elas usam os mesmo trajes.

História da Dança do Ventre - Irã

DESCRIÇÃO:

O primeiro vídeo é um filme persa antigo, provavelmente da década de 60 ou 70, mas com certeza antes da Revolução Islâmica de 1979. Até essa época o Irã era um país bastante liberal, como podemos ver pelos trajes da dançarina, como ela dança com o homem e como ela interage com as demais pessoas. Também aparece aqui algo muito raro de se ver, ela chama atenção para o seu corpo de maneira sensual. Apesar de podermos identificar alguns movimentos de "camelo" e de "básico para cima", o foco mesmo é dado para a parte superior do corpo, com destaque para braços e mãos. É interessante notar que mesmo estando sem nada nos dedos, ela simula movimentos como se segurasse snujs. O segundo vídeo é uma apresentação de rua de 2015 onde podemos notar os movimentos característicos de pés, mãos e giros. O terceiro vídeo mostra o estilo Sonati.

História da Dança do Ventre - Curdistão

Formalmente o Curdistão não existe como país reconhecido e hoje está divido entre Turquia, Síria, Irã e Iraque. Porém as pessoas dessa região se entendem como uma nação, mantendo unidade cultural e língua própria, sendo fortemente reprimidos por isso. É uma região importante para se estudar a formação da dança árabe oriental. Isso porque essa área foi invadida e dividida muitas e muitas vezes ao longo da historia, com a peculiaridade de ser um ponto de parada, fazendo com que ao longo do tempo várias camadas de culturas diferentes fossem sendo sobrepostas. O que vemos no vídeo é apenas um simples e pequeno exemplo da dança tradicional do Curdistão, não representando de forma alguma a totalidade ou complexidade das expressões culturais e artísticas desse povo.

DESCRIÇÃO:

São vídeos das décadas de 50 a 80, com predomínio de danças circulares. Interessante coreografia simulando a colheita e a produção de alimento. Nos três vídeos podemos perceber passos que lembram o dabke. Também podemos notar forte interação entre homens e mulheres.

História da Dança do Ventre - Afeganistão

DESCRIÇÃO:

Vídeos da década de 70. O estilo dançado é o Herati. Os movimentos são lentos, com bastante foco dado aos movimentos das mão e dos pés. Poucos movimentos de quadris e busto. Giros lentos, com o corpo levemente curvado. Lembra o estilo khalige. O ritmo dos pés é bem característico, aparecendo na maioria dos vídeos, com passinhos curtos. É uma dança delicada que, associada à sonoridade repetitiva da música, torna-se envolvente.


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